mickey em dúvida

Ontem à noite uma amiga que viajará para os Estados Unidos me ligou para saber qual a melhor maneira de pagar suas compras no exterior, aí fiquei pensando que essa deve ser a dúvida de muitas pessoas, além disso, em tempos de crise, qualquer forma de economia é válida não é mesmo?

Primeira opção: dinheiro em espécie

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Fazer compras no exterior em dinheiro em espécie sem dúvida nenhuma é a melhor forma de economizar, mas como tudo na vida tem seus prós e contras.

Ao comprar moeda estrangeira na casa de câmbio, você pagará um IOF de 1,10% (nova alíquota que passou a vigorar em 03/05/2016, anteriormente a esta data a alíquota era de 0,38%) sobre o valor da compra, evitando portanto os 6,38% de IOF cobrados quando você faz compras no exterior em cartão de crédito ou em cartão pré-pago internacional.

Outra coisa que é importante você saber, compre sempre a moeda do país para o qual você viajará, pois você paga no Brasil por uma cotação justa, afinal você paga o que o nosso dinheiro vale e durante a viagem você utiliza o dinheiro diretamente no comércio sem ter que passar novamente em uma casa de câmbio, o que faria você perder de 3 a 5% na operação cambial (caso você fosse trocar por exemplo euro por dólar), pois toda moeda tem duas cotações numa casa de câmbio, a mais alta, que o preço que você compra, e a mais baixa que é o preço pelo qual você vende, logo, você comprará pela cotação mais cara e venderá pela mais barata.

Outra vantagem de levar dinheiro em espécie em sua viagem é que é bem mais fácil de controlar os gastos, pois você está vendo seu dinheiro “ir embora”.

O grande contra de levar dinheiro em espécie em sua viagem fica por conta da segurança, você pode ser assaltado e levarem seu dinheiro, o que pode acontecer em qualquer lugar do mundo. Uma boa dica e fracionar o seu dinheiro entre as pessoas do grupo e deixar parte dele no cofre do hotel.

Segunda opção: saque da conta corrente em caixa eletrônico

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A cada saque que você realiza de sua própria conta corrente é descontado IOF no percentual de 6,38% sobre o valor do saque.

Essa opção já foi bem mais vantajosa, mas dentre seus atuais benefícios está a comodidade de saque em caixa automático (24 horas ou do seu próprio banco) em qualquer lugar do mundo em moeda local e você paga a cotação do momento do saque, livrando-se da instabilidade cambial.

Quando digo que essa opção já foi mais vantajosa, isso é porque era possível sacar quantias superiores a USD500, contudo, os limites de saque baixaram bastante (geralmente inferiores a USD200) e passaram a não compensar também em razão da tarifa que o banco cobra (cada vez mais altas) para a realização do saque que varia entre USD2 e USD8 dependendo da instituição financeira (verifique junto aos seu banco as condições do seu cartão, clientes premium podem até serem isentos dessa cobrança), fazendo com que a cotação final não compense.

Caso você opte por essa opção não se esqueça de habilitar a função saque internacional antes de viajar.

Terceira opção: cartão pré-pago internacional

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O primeiro ponto negativo do cartão pré-pago internacional é a cobrança de 6,38% da carga ou da recarga que você faz no cartão, em contrapartida não é descontado mais nenhuma tarifa a cada compra que você realiza no comércio. Há também uma tarifa, que variará de USD2.00 a USD7.00, dependendo do cartão, quando você realizar saques em caixa eletrônicos.

Aí você deve estar se perguntando, então dá na mesma usar cartão pré-pago ou cartão de crédito?

Bom, não é bem assim, o primeiro ponto positivo que você deve considerar (que pode se tornar negativo em razão da instabilidade do câmbio) é que você pagará a cotação do dia da carga ou recarga, livrando-se da oscilação cambial.

Você deve considerar ainda a praticidade, já que você poderá realizar recargas em reais pela internet, celular e caixas eletrônicos. Além disso, muitos desses cartões oferecem descontos especiais em lojas, restaurantes e hotéis.

Tudo bem que a maioria dos países e estabelecimentos comerciais costumam aceitar cartões pré-pagos, mas pergunte antecipadamente quando adquirí-lo na casa de câmbio (além disso leve sempre uma reserva em dinheiro pois lojinhas de comércio local podem não aceitar esse tipo de pagamento).

Você deve verificar também a segurança do cartão, pergunte à casa de câmbio se o seu saldo ficará protegido no caso de perda ou extravio do cartão. Na primeira vez que adquiri um cartão desses não me atentei a essa questão, contudo, ao realizar compras era necessário apenas que o cartão fosse passado na máquina, sem a necessidade de digitação de senha, o que significa que se eu o perdesse e alguém de má-fé o achasse ou se eu fosse assaltada a pessoa utilizaria tranquilamente meu saldo até que eu conseguisse bloquear o cartão.

A última dica que te dou sobre os cartões pré-pagos é: sempre carregue ou recarregue o cartão na moeda corrente do país que você irá visitar, por exemplo, se você vai aos Estados Unidos carregue seu cartão em dólar, assim você não perderá nada ao realizar suas compras em dólar, em contrapartida, se você carregar seu cartão em euro e for gastar em dólar você perderá de 3 a 5% na conversão cambial, como se você pegasse dólar em espécie e trocasse por euros em espécie numa casa de câmbio (pois você pagou na recarga pelo dólar mais caro e o trocará pela cotação mais barata, além de “comprar” o euro também pela cotação mais cara).

Quarta opção: cartão de crédito

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A primeira desvantagem do cartão de crédito é o pagamento de 6,38% sobre cada gasto que você realiza.

Outra desvantagem muito comum, mas essa não se aplica para todo mundo, é o fato de que você vai usando o cartão durante a viagem e quando chega a fatura paaaahhhh você cai duro pois não fazia ideia de que tinha gastado tudo aquilo. Claro que existem pessoas que são super controladas e se você é uma delas não se atenha a essa questão, mas se você é daqueles que se empolgam um monte nas viagens fica a dica.

Outra questão a ser considerada é que em período de instabilidade cambial como o que vivemos, o cartão de crédito é o meio mais arriscado de pagar suas contas no exterior, pois a cotação da moeda que você pagará é a do momento do pagamento da fatura (não, a cotação não é o do dia do fechamento da fatura, essa é a cotação aproximada, repare que na próxima fatura fatura virá ou a diferença a ser paga, caso a cotação tenha subido, ou virá o extorno, caso a cotação tenha baixado).

Mas também há vantagens no uso do cartão de crédito em viagens ao exterior como a comodidade, a segurança, além de render milhas para que você possa inclusive utilizá-las na compra de passagem aérea para a próxima viagem, entretanto, enquanto nossa moeda não estabilizar, na minha opinião esta deve ser sua última opção.

Dica importante: mesmo que você não pretenda utilizar cartão de crédito em sua viagem leve-o sempre com você e já habilitado para compras no país de sua viagem, primeiro por questões de segurança, pois ele pode ser sua salvação numa emergência, e segundo porque um cartão de crédito internacional é exigido em todas operações que exijam caução ou bloqueio, como para locar um carro ou cobrir eventuais despesas extras em hotéis.